.
.
.

.
.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Bom-senso?


.....Confesso que não sou fã do nosso Governador, mas sei que bom-senso é um artigo raro no meio político e por isso me surpreendi com suas declarações:

Drogas:

....."Não adianta fazer trabalho só de conscientização. Esse trabalho de saúde não é suficiente. Se fosse legalizada seria até mais fácil identificar esses usuários porque as pessoas não se sentiriam criminosas e sairiam do casulo. Você teria uma política pública mais ampla de atendimento aos drogados. Você teria a venda controlada pelas autoridades. Faria controle de demanda. Então, não consigo entender. Que a droga destrói, é óbvio. Como cigarro mata. Tive que tomar remédio para parar de fumar. É uma droga, entra na sua veia, vai te consumindo. Quem nunca teve um caso de um amigo alcoólatra que tenha sofrido por isso? Droga é a mesma coisa. Ninguém quer isso. Mas acho que é uma política de enxugar gelo porque não pára o consumo."

Aborto:

....."A questão da interrupção da gravidez tem tudo a ver com a violência pública. Quem diz isso não sou eu, são os autores do livro "Freakonomics" (Steven Levitt e Stephen J. Dubner). Eles mostram que a redução da violência nos EUA na década de 90 está intrinsecamente ligada à legalização do aborto em 1975 pela suprema corte americana. Porque uma filha da classe média se quiser interromper a gravidez tem dinheiro e estrutura familiar, todo mundo sabe onde fica. Não sei por que não é fechado. Leva na Barra da Tijuca, não sei onde. Agora, a filha do favelado vai levar para onde, se o Miguel Couto não atende? Se o Rocha Faria não atende? Aí, tenta desesperadamente uma interrupção, o que provoca situação gravíssima. Sou favorável ao direito da mulher de interromper uma gravidez indesejada. Sou cristão, católico, mas que visão é essa? Esses atrasos são muito graves. Não vejo a classe política discutir isso. Fico muito aflito. Tem tudo a ver com violência. Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa Rodrigo de Freitas, Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal. Estado não dá conta. Não tem oferta da rede pública para que essas meninas possam interromper a gravidez. Isso é uma maluquice só."


Pode ser só falácia, mas é melhor que as que já ouvi.

...E aproveitando o assunto, segue o link da Women on Waves que se destina a prevenir gravidezes indesejadas e abortos inseguros pelo mundo inteiro.

Break the Silence